quinta-feira, 20 de junho de 2013

Fome, mercado de produtos agrícolas e problemas ambientais no campo
 (Capítulo 5)

A teoria de malthusiana dizia que o ritmo de crescimento da população mundial seria bem maior que o crescimento da produção de alimentos

Teoria de Malthus
      Em 1798, Malthus publicou seu Ensaio sobre a população, no qual desenvolveu uma teoria demográfica que se apoiava basicamente em dois postulados:
 1) crescimento da população;
 2) produção de alimentos.
SéculoXIX – Teoria Malthusiana






1)    Crescimento da população;
a.       A população, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais, etc., tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria, portanto, em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator variável, que cresceria sem parar.
2)    produção de alimentos.
O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética  (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria certo limite de produção, por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes.
Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção de alimentos (progressão geométrica versus progressão aritmética).
Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo. 

Conseqüências da dinâmica demográfica malthusiana:
A consequência disso seria a fome, ou seja, a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta, e as mortes, doenças, guerras civis, disputas por territórios, etc. 
Proposta de Malthus:
       Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era pastor da Igreja Anglicana, na época contrária aos métodos anticoncepcionais, propunha que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-los.

Falhas da teoria de Malthus:
Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a população do planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos se acelerou graças ao desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a quantidade produzida aumentou, uma vez que a produtividade (quantidade produzida por área; toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem aumentando ao longo das décadas.
Por que Malthus errou?
Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento demográfico em uma determinada região, com população predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no transcorrer da história, sem considerar os progressos técnicos advindos da natural evolução humana. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.
Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga mais da metade da população mundial é resultado da má distribuição da renda e não da carência na produção de alimentos. Nos primeiros anos do século XXI, a produção agropecuária mundial era suficiente para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas, enquanto a população do planeta era pouco superior a 6 bilhões.
A fome existe porque as pessoas não possuem o dinheiro necessário para suprir suas necessidades básicas, fenômeno este facilmente observável no Brasil, onde, apesar do enorme volume de alimentos exportados e de as prateleiras dos supermercados estarem sempre lotadas, a panela de muitos trabalhadores permanece vazia ou sua alimentação é muito mal balanceada.

Como vimos o crescimento da população mundial não ultrapassou o crescimento da produção de alimentos.
Nas últimas décadas as safras agrícolas têm batido recordes de produção, devido:
       Aprimoramento nas tecnologias e técnicas ligadas ao setor agrícola
       Ocupação de novas áreas para o cultivo agrícola e pecuário  (Novas Zonas de Fronteiras Agrícolas)

Tecnologias e técnicas ligadas ao setor agrícola




(Novas Zonas de Fronteiras Agrícolas)
Entretanto...
      Mesmo com todo esse aumento na produção de alimentos ainda se verifica que a FOME  ainda é uma realidade em varias partes do planeta
Verifica-se que aumentou o número de pessoas DESNUTRIDAS no mundo, principalmente nos países subdesenvolvidos


População em estado de desnutrição
      População Desnutrida para a ONU:
     “É aquela que não tem acesso a alimentos suficientes para suprir suas necessidades básicas de energia”
      A culpa da existência da FOME está não relacionada necessariamente a POBREZA, mas, em muitos casos ao modelo agrícola de exportação adotado dos países desenvolvidos para as nações pobres.



       
      A Revolução Verde não respeitou as práticas agrícolas de subsistência que já existiam em muitos países há milhares de anos.
      Os países ricos impuseram o plantio de culturas agrícolas interessantes ao mercado mundial





Perda das tradições alimentares
      Muitas comunidades rurais perderam, além de suas terras, suas tradições alimentares.
                        Ex. - Antes da Revolução Verde, metade das proteínas ingeridas diariamente pelos camponeses vinha do consumo de plantas leguminosas

A introdução de plantações de monoculturas de cereais (com 1/3 a menos de proteínas que nas leguminosas) mudou os hábitos alimentares da população provocando um quadro de carência alimentar  crônica, principalmente nas regiões pobres do mundo
Soja




Milho

O mercado mundial de produtos agrícolas
      No estágio atual do capitalismo, todos os investimentos no setor agrícola das empresas multinacionais de:
     Fertilizantes
     Agrotóxicos
     Ração
     Vacina
     Sementes genéticas

      Como também financiamentos de bancos estatais e privados aos produtores rurais são preferencialmente destinados àqueles alimentos que alcançam maior valor de comercialização no mercado internacional.
      Esses produtos são chamados de COMMODITIES.
      Soja, milho, trigo, café, algodão, etc.

Commodities
      Esses produtos são comercializados em centros financeiros especializados ou Bolso de Valores.
     Bolsa de Chicago
     Bolsa de Nova York
     Bolsa de Londres
      Por sua vez “culturas  alimentares tradicionais que são a base da subsistência de boa parte da população do mundo, encontram-se à margem desse mercado mundial de alimentos”
      Muitos países tem como base de sua economia  a exportação de produtos agrícolas os quais acabam ficando condicionados às oscilações e à instabilidade das cotações de valores das commodities.
      Se ocorrer, por exemplo, a quebra de safras do café isso poderia desencadear séries crises econômicas na Colômbia que depende desse produto para equilibrar sua balança comercial

Políticas protecionistas
      Importante fator que também regula o mercado mundial de produtos agrícolas
      Ela é praticada pelos países ricos e desenvolvidos (EUA, Japão e União Européia) que estabelecem barreiras alfandegárias cobrando altos impostos para a entrada de produtos estrangeiros e criando restrições sanitárias de produtos de origem animal vindo de países pobres.
      Além das barreiras alfandegárias, os governos desses países também destinam enormes quantias de dinheiro (subsídios financeiros) aos seus agricultores como forma de proteger a produção nacional de alimentos e matérias-primas.
      Essas políticas protecionistas criam uma grande desigualdade de mercado, já que a nação mais pobre, com suas economias baseadas na produção de produtos primários, tem sua produção subordinada às necessidades ou às restrições impostas pelos países ricos.
      Atualmente um dos pontos mais polêmicos das reuniões da OMC (Organização Mundial do Comércio) são as reivindicações dos países subdesenvolvidos que exigem a quebra das balanças alfandegárias e a diminuição drástica dos subsídios agrícolas usufruído pelos produtores agrícolas dos países ricos.
     PIBID ler texto p. 49
A atividade agrícola e
os problemas ambientais
      O modelo de desenvolvimento agrícola adotado por muitos países tem levado à ocupação de áreas territoriais cada vez maior com lavouras de monoculturas e pastagens.
      Essa ação vem desenvolvendo sérios problemas ambientais como exaustão dos solos, à proliferação de pragas e a poluição das águas e a introdução de organismos geneticamente modificados em diversos ecossistemas

Exaustão dos solos
      A agricultura moderna através do uso de produtos químicos tem desencadeado uma série de problemas como a contaminação da fauna, da flora e da água e também má utilização do solo e de sua exaustão.
      A erosão do solo é um processo natural que pode ser intensificado pela ação humana. Ao perder a cobertura vegetal, por exemplo, o solo fica desprotegido contra a ação das águas das chuvas, podendo ser facilmente erodido no processo de escoamento.
      Alem disso, a realização de atividades agrícolas não compatíveis ao tipo de solo explorado pode acarretar grandes processos erosivos, pois cada solo possui suas especificidades, tornando necessário, por isso, o uso de técnicas de manejo apropriadas.
      No Brasil, por exemplo, o uso de maquinário inadequado, geralmente de tecnologia importada e fabricado para outros tipos de solos, pode revolver demasiadamente a terra, deixando-a mais suscetível à erosão


Poluição ambiental
      A intensa utilização de produtos químicos como fertilizantes, adubos e defensivos agrícolas (inseticidas e herbicidas) tem degradado os ambientes de cultivo em várias partes do mundo. Isso vem ocorrendo porque:
      1 - O uso da monocultura favorece o desenvolvimento de insetos, bactérias e fungos que atacam as plantações.
      Com a ausência de predadores naturais, eliminados de seu habitat pelo desmatamento, e com fartura de alimentos, esses animais se reproduzem rapidamente e em abundância.

Insetos, bactérias e fungos que atacam as plantações

      2 - O aumento do número de pragas nas lavouras leva ao aumento da utilização de produtos químicos como inseticidas e herbicidas, também denominados agrotóxicos.
      3 - A utilização indiscriminada de agrotóxicos pode eliminar os insetos não nocivos. Desse modo, os animais maiores desaparecem, pois a base de cadeia alimentar está falha ou contaminada por produtos tóxicos.
      4 - Com a utilização dos agrotóxicos, ocorre também a contaminação das águas e do solo. Ao infiltrar-se no solo, a água transporta o veneno para as camadas inferiores do terreno. Assim os micro-organismos e outros animais que vivem nele, é contaminada, podendo até desaparecer , tornando o solo estéril.
      5 - Por meio do escoamento superficial e subsuperficial da água, os produtos químicos podem ser transportados para os rios e lagos, disseminando a contaminação pra outros animais, como os peixes, as aves que deles se alimentam e também do próprio homem.

Os organismos geneticamente modificados (OGMs)
OGMs
      Vulgarmente chamados de TRANSGÊNICOS.
      Os defensores dos transgênicos argumentam que, com seu cultivo e utilização, será possível aumentar  consideravelmente a produção de alimentos no mundo, algo contestado por boa parte dos cientistas e ecologistas.
(Ler o texto – p. 52 e 53 sobre os transgênicos)
(Vídeo) Comercial de Indústria de agrotóxicos        (Vídeo) Bom dia Brasil                



quinta-feira, 21 de março de 2013

Exercício Capitulo 2 - 1ºbim - 2º ano - As questões demograficas na atualidade

(Imprima ou copie em folha de papel com pauta as questões abaixo,
 responda-as  e entregue na primeira semana de abril/2013)

ESCOLA ESTADUAL AYRTON SENNA DA SILVA

Turmas 2º ano – Geografia
Exercício do Capítulo 2 – 1º bimestre 2013  
 
Questão 01 – Como se dá o crescimento natural ou vegetativo de uma população?

Questão 02 – Diferencie população absoluta de população relativa:

Questão 03 – O que á a transição demográfica e a explosão demográfica?

Questão 04 – Que fatores contribuíram para uma acentuada queda das taxas de mortalidade a partir do século XX?

Questão 05 – Na nova transição demográfica, que fatores contribuíram para o declínio das taxas de natalidade a partir da segunda metade do século XX

Questão 06 – Como era o crescimento da população brasileira até 1920? Que fatores contribuíram para essa situação?

Questão 07 – O que levou a redução das taxas de mortalidade no Brasil a partir das décadas de 1930 e 1940? Qual foi o resultado dessa redução?

Questão 08 – Sobre a queda do crescimento natural brasileiro cite as principais causas para a diminuição do número de nascimentos a partir de 1970?

Questões 09 – O que vem ocorrendo com a estrutura etária brasileira nas ultimas décadas?